Apesar da origem da palavra “brega” ser desconhecida e alguns estudiosos afirmarem que essa denominação vem dos prostíbulos nordestinos, há trinta anos, “brega” é uma palavra usada para denominar cafonice e música de mau gosto feita por e para classes populares.
No começo dos anos 70, a música brega começou a chamar atenção de pessoas mais humildes através de cantores como Reginaldo Rossi, Amado Batista, Odair José (que vendeu vários discos e fez sucesso com a canção intitulada “Pare de tomar a pílula”. Odair, inclusive, fez dueto com Caetano Veloso, em um festival: Phono 73), entre outros. Já na metade dos anos 70, surgiu Sidney Magal e Gretchen. Ambos modernizaram o ritmo, pois misturaram pop dançante e danças sensuais.
Já nos anos 80, jovens artistas do Sudeste, começaram a criar interesse pelo ritmo e alguns universitários passaram a utilizá-la em trabalhos acadêmicos como forma de contestar a alta cultura.
A partir da década seguinte, bandas paulistanas como Vexame e cariocas como Os Copacabanas, fizeram shows onde sucessos de Reginaldo Rossi e Amado Batista, eram executados com pitada de humor e de maneira cômica, para públicos intelectualizados. Em 1999, ficou evidente a aceitação do brega pelo país, quando a gravadora Universal lançou uma caixa com seis discos de artistas como Odair José, Amado Batista, Gretchen, Sidney Magal, entre outros. A classe média começou a se interessar por um ritmo que é de origem popular, como eles consomem esses produtos (se freqüentam shows e compram discos) .
O brega vem de origem popular e agora se propaga pela classe média. Artistas e bandas que vem dessa classe social e que adotam esse estilo tomam como referências grande nomes do ritmo como Reginaldo Rossi, O Conde, Odair José, Falcão, entre outros, e misturam com ritmos contemporâneos e que tem uma maior identificação, como rock e a música eletrônica.
Uma dessas bandas que trás essa nova linguagem com o brega é a Faringes da Paixão que fazem essas misturas mas sem perder as raízes. O percussionista do grupo Emmanuel diz de onde veio a paixão pelo ritmo e revela que em todo lugar ouve brega: “Desde de pequeno ouvia brega de meu pai e acabei gostando de ouvir também. Hoje se você procurar no meu carro tem vários cds de brega, no meu computador a maioria é de brega, então o brega foi algo que foi naturalmente recebido pela banda”. Diz ainda como ritmo conseguiu chegar até a classe média: “Como o pessoal hoje ouve música pop, rock, eletrônica e que a gente ouve também, agregamos isso na banda misturando e fazendo um som que a galera curta” .
De Laís Siqueira - adapitado por Marcone Marques
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